Viagem de Incentivo: um novo modelo está por vir
Ideias e perspectivas do mercado de incentivo pós-Covid!
Tapetes desinfetantes, testes COVID em aeroportos e até testes de métodos de triagem anteriormente desacreditados. Essa é a realidade que está se formando pelo mundo e quem lida com turismo de incentivo, precisa se adaptar e se preparar para ela.
Empresas ligadas ao turismo de incentivo – no mundo todo – estão se reestruturando e se preparando para se reerguer depois desse tombo chamado covid-19. Não precisa ser especialista para saber que o tombo foi grande, principalmente falando do mercado de turismo de incentivo, que tem como objetivo reunir pessoas . Fatores esses, que hoje, são inimagináveis de se realizar. Por isso, a recuperação terá que ser alicerçada em criatividade, profissionalismo e readaptações.
Mudanças necessárias para a saúde de seus convidados.
Se antes pensávamos em personalizar uma experiência para 150 pessoas, a partir de agora, essa experiência precisará ser muito mais seletiva. Talvez voos menores, check-ins cada vez mais virtuais, mais “onlines”, sem precisar de atendimento por pessoas. A tecnologia trouxe soluções durante a pandemia e continuará sendo um desafio para nós, adaptá-las cada vez mais no setor de turismo e experiências.
O Sidney Alonso, que é Diretor Geral da Avant Garde e vice-presidente da SITE Global – Society For Incentive Travel Excellence da América do Sul, trouxe uma visão que converge com o que acredito. Segundo ele, diante desse cenário que não apresenta muitas perspectivas, o mercado de turismo vai sobreviver, não existe a possibilidade de que isso não aconteça. E afirma, “Diferentemente de outros mercados, acredito que o turismo terá um período mais longo para se ajustar, não é um mercado que vai sentir uma retomada forte de curto prazo, porque mesmo que exista uma vontade das pessoas de viajar ou circular, essas barreiras e restrições vão exigir cautela para reorganizar essa retomada. Mas é sim, um processo e ele vai acontecer”.
A mudança que o público vai começar a exigir.
É claro que diante disso tudo, ainda temos que considerar o impacto no comportamento das pessoas – dos clientes – e ele mudou. Isso é inegável. Teremos que lidar com esse público mais exigente, mais consciente e menos disposto a se arriscar. Na verdade, já estávamos sentindo essa mudança de comportamento e agora teremos que ficar mais alertas para outros tipos de aptidões. E concordo com o Sidney quando ele diz que, “nós que trabalhamos com esse segmento devemos oferecer produtos e serviços mais sustentáveis sob o ponto de vista de segurança sanitária, reciclagem e, principalmente, do não desperdício”.
“ Se o cliente não perceber e não entender a sintonia com a sua empresa, ele vai tentar fazer sozinho, direto com o fornecedor, e aí nasce o nosso grande desafio: se antigamente a gente queria só vender o mais lindo, o mais luxuoso ou o mais espetacular agora teremos que aprender a vender o que é melhor, no contexto amplo da palavra”.
Sidney Alonso
Quais serão os destinos pós-covid?
Que tudo mudou nós já sabemos, mas o que não sabemos é que rumo as pessoas gostarão de tomar quando tudo isso acabar. Eu aposto em destinos nacionais, pela proximidade, pelo contato com a natureza, mas concordo que muitos destinos ainda estão por surgir, sejam eles nacionais ou internacionais. “O mundo todo está se preparando, mudando a chave para se promover, acredito que há destinos que vão surgir, mas ainda não sabemos quais vão cair na preferência do público.”
Sidney é otimista quanto fala desses destinos e aposta na Europa, porque segundo ele, temos até uma vantagem no pós-pandemia, pois a Europa vinha sofrendo com o “over tourism”, uma lotação absurda dos pontos turísticos e com a abertura lenta do movimento, as coisas vão se tornar mais prazerosas – “acredito que tudo ligado ao turismo não existirá mais da mesma forma” afirma.
Modelos de viagens readaptados
Levantar de um tombo requer certas destrezas, e no mundo dos negócios isso significa mudar novos modelos e reestruturar o que já se fazia. O modelo que já vinha ganhando espaço é o Slowtravel, que são viagens sem correrias, para pequenos grupos com objetivos específicos, formado por pessoas que queiram viajar juntos, mas em grupos menores para degustar vinhos, curtir a arte do local, comer bem em roteiros gastronômicos e como disse o expert no mercado, Sidney Alonso, eu também acredito bastante nesse modelo de viagem e aposto que ele será um dos fortes roteiros que vão se fortalecer no pós-covid.
Como se atualizar diante de tantas mudanças e novos conceitos?
Como VP da SITE, Alonso afirma que estudar o mercado, os movimentos, nunca foi algo tão fundamental para o sucesso desse mercado, “É importante participar de associações, debates e conseguir entender cada vez mais a individualidade de cada povo, e as possibilidades de cada destino. Não podemos nos manter reféns de tendências ou de propósitos que nascem sem sabermos muito bem o porquê. Teremos que ler bastante para entender o novo cenário.”
Teremos que reconstruir a confiança nas viagens e principalmente, reconstruir a confiança das viagens de incentivo, que estão ligadas diretamente ao emocional e ao motivacional das pessoas. Temos a chance de desconstruir e construir, isso é o mais interessante dessa pós- pandemia. Novos modelos, comportamentos e principalmente novas formas de enxergar o mundo.
Ainda passaremos por mais desafios e com eles, teremos a oportunidade de reconstruir e aprender, saindo deles ainda mais fortes. Vamos juntos e otimistas para a construção de um turismo mais fortalecido.

Com formação em Administração Hoteleira e Publicidade & Propaganda e cursos em Gestão empresarial, Empreendedorismo e Psicodinâmica dos negócios, construí minha carreira atuando fortemente em todo o processo comercial. Incansável na busca pela excelência em tudo de bom que a vida pode nos dar.
Rodrigo, CEO e fundador da TMI MICE, Viajante Profissional e Músico.
Veja também…
- Campanhas TMI MICE: gestão personalizada com visão 360 graus
- Sustentabilidade nas Viagens: A Tendência do Slow Travel
- Critérios de ESG na prática
- Você já ouviu falar de ESG?
Image by Bruce Mars via Unsplash